sexta-feira, 15 de março de 2013

Tristeza.

O pensamento é triste; o amor insuficiente; e eu quero sempre mais do que nos milagres.
Deixo que a terra me sustente: Guardo o resto para mais tarde.
Deus não fala comigo e eu sei que ele me conhece.
Há antigos ventos dei as lágrimas que tinha.
A estrela sobe, a estrela desce...
Espero a minha própria vinda.
Navego pela memória sem margens.
Alguém conta a minha história, alguém mata os personagens.

( Cecília Meireles ).

Salta angustia do meu coração, Salta com força e me liberta...
Sabedoria certa, aquela que não se deixa abrir uma porta para os maus ventos entrarem...
Quando "EU" chegar, será uma grande festa.

(Sony Leite)

sábado, 2 de março de 2013

Despedida...

Existem duas dores de amor:

A primeira é quando a relação termina e agente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, com a rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver a luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando conseguimos perceber a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta dos carinhos, a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida, a dor de abandonar o amor que sentimos.
A dor de esvaziar o coração,  remover a saudade que sentimos, de ficar livres, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade ficamos apegados tanto ao amor quanto a pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se uma lembrança de uma época bonita que foi vivida...
Passou a ser um bem de valor inestimável, uma sensação a qual agente se apega, faz parte de nós.

Queremos, logicamente, voltarmos a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira estranhou-se na gente e que só com muito esforço é possível se libertar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez por isso costuma durar mais que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita.
É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentimos por ela.
Aquele amor que nos justificava como seres humanos que nos coloca dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesma.É a conclusão  de uma história que terminou, exatamente sem nossa concordância, mas que precisa sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar de novo.

(Martha Medeiros).

                                                            Me sinto exatamente assim.